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Do Taj Mahal ao Grupo Baader-Meinhof: quando o amor escreve história 70i5g

12 jun 2025 - 10h26
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Alexandre e Heféstio, Gertrude e Alice, Gudrun e Andreas, Bonnie e Clyde: Cercado de lendas, amor é capaz de inspirar tanto as mais belas obras de arte quanto as piores violências.O Brasil celebra nesta quinta-feira (12/06) o Dia dos Namorados. Conheça alguns dos casais mais famosos da história. r1p5l

Alexandre Magno e Heféstio: amantes ou amigos?

Os protagonistas do casal gay mais famoso da Antiguidade provavelmente eram só platônicos amigos íntimos. Se o rei Alexandre Magno (356-323 a.C.) e seu conselheiro de confiança e guarda-costas Heféstio realmente partilhavam o leito, é uma questão que divide os historiadores até hoje. Certo está que na época relações homossexuais não eram nada fora do comum.

Há registros de que ambos lutaram juntos nas grandes campanhas bélicas de Alexandre, e segundo escritos antigos, o luto do rei da Macedônia pelo amigo foi tão profundo, que ele o declarou semideus postumamente, massacrou toda uma tribo por pura dor, e mandou torturar e matar o médico pessoal de Heféstio. Tais narrativas, contudo, carecem de base histórica.

Cleópatra e César: amor e política

Egito, 48 a.C.: a luta de poder entre Cleópatra e seu irmão - e marido - Ptolomeu redundara numa cruel guerra civil. Buscando apoio de Roma, a imperatriz tenta seduzir o general local com seu charme e beleza. Júlio César morde a isca: além de um romance com a mais bela e poderosa mulher da Antiguidade, ele tenta obter assim ainda mais influência, pois uma aliança romano-egípcia lhe permitiria manter sua posição no leste do Mediterrâneo.

Seus exércitos decidem a guerra a favor da amante, Ptolomeu sofre um conveniente acidente fatal. César vai viver com Cleópatra em Roma. Embora esse relacionamento com uma monarca estrangeira fosse alvo de críticas, muitos romanos também reconhecem suas vantagens políticas. Até que em 44 a.C. César é assassinado. A egípcia inicia um outro romance, não menos politicamente explosivo, com o general Marco Antônio. Mas essa é outra história.

Heloísa e Abelardo: luxúria, filosofia e castração

Heloísa de Argenteuil, de 18 anos, é considerada a moça mais bela da Paris do século 12; Pedro Abelardo, de 40 anos, o maior erudito de toda a Europa. Ele quer conquistá-la, mas para tal precisa contornar a vigilância do tio dela, o cônego Fulberto. Então é contratado como seu preceptor particular.

Abelardo lhe ensina não só arte e ciência, mas também as artes do amor, fato de que se gaba para seus demais discípulos. Em breve, toda Paris está fofocando sobre o caso. Fulberto é o último a saber, mas quando sua raiva a, negocia com Abelardo o casamento imediato com a jovem.

O acordo é que a união permanecerá secreta, já que o papel de marido prejudicaria a reputação do estudioso nos meios filosóficos. Porém, quando o tio quebra sua palavra e torna público o matrimônio, Abelardo, exasperado, envia a esposa para um convento.

Fulberto interpreta o fato como uma tentativa do professor pecaminoso de escapar das obrigações do casamento e, furioso, manda castrá-lo. Abelardo se refugia num mosteiro e vira monge; para Heloísa nada resta senão adotar o hábito, mais tarde tornando-se abadessa. Apesar de separados pela distância e por seus votos religiosos, ambos permanecem intimamente unidos pelo resto da vida.

Ana Bolena e Henrique 8º: um rei de perder a cabeça

Em 1527, o rei Henrique 8º da Inglaterra está casado com Catarina de Aragão. Em meios às dificuldades para que ela lhe dê um herdeiro, porém, sua jovem dama de companhia, Ana Bolena, chama a atenção do monarca, que a considera bem mais atraente. Ele a corteja com ardorosas cartas de amor, mas ela deixa claro que não terá sexo fora do casamento.

Henrique está tão obcecado por essa paixão que corta os laços com a Igreja Católica Romana, de modo a poder divorciar-se de Catarina. Contudo o novo casamento tampouco resulta num herdeiro masculino para o trono inglês - em vez disso, Bolena dá à luz a futura rainha Elizabeth 1ª.

O casal se desentende, chegam aos ouvidos do rei boatos de que sua esposa estaria tendo um caso amoroso, ele a manda encarcerar na Torre de Londres. Condenada por alta traição, Ana Bolena é executada na manhã de 19 de maio de 1536. Henrique não está entre os milhares que vão assisti-la ser decapitada com uma espada. Ele ainda se casa mais quatro vezes. Sua quinta esposa, Catarina Howard, seria igualmente decapitada por adultério.

Mumtaz Mahal e xá Jahan: luto e imponência arquitetônica

Quando, em 1607, o príncipe Khurram - futuro xá Jahan, grande mogul da Índia -, de 15 anos, e Arjumand Banu Begum, de 14 anos, se encontraram, foi amor à primeira vista. Cinco anos mais tarde se casavam. Esposa favorita do monarca, ou a ser chamada "Mumtaz Mahal", a joia do palácio. Ela o acompanhava em todas as viagens e ambos tiveram 14 filhos.

Durante seu último parto, tem uma hemorragia fatal. Em seu leito de morte, pede ao xá que lhe erga o maior e mais magnífico túmulo que o mundo já vira. Conta a lenda que a barba do viúvo ficou branca da noite para o dia. O mausoléu de mármore branco, que mandou construir em Agra, deveria ser o edifício mais perfeito da história humana. Concluído em 1648, até hoje o Taj Mahal fascina os visitantes com seu brilho.

Gertrude Stein e Alice B. Toklas: 40 anos de vida em comum

Na virada do século 19 para o 20, a elite da vanguarda parisiense se encontrava no salão da judia americana Gertrude Stein. Além de muito dinheiro, a autora e colecionadora tinha um faro certeiro para as novas tendências artísticas. As paredes de seu salão ostentam pinturas de Paul Gauguin, Pablo Picasso, Henri Matisse e outros, que também eram convidados constantes, da mesma forma que autores como Ernest Hemingway e T.S. Eliot.

Discretamente, circula nos bastidores o grande amor da vida de Stein, a escritora Alice B. Toklas. Ambas haviam se apaixonado em 1907: além de amante, a também americana era sua cozinheira, secretária, musa, editora e crítica. Elas viveram juntas até a morte de Stein, em 1946, Toklas ainda viveria mais 21 anos. Ela está sepultada ao lado da companheira em Paris, seu nome inscrito em letras de ouro na parte de trás da lápide de Stein.

Bonnie e Clyde: romance fora da lei

Nascidos na pobreza, Bonnie Parker e Clyde Barrow conheceram-se no Texas em 1930. O romance é interrompido quando ele é condenado a dois anos de prisão, mas Bonnie o espera, e quando ele é liberado, unem-se para assaltar lojas, postos de gasolina e bancos em diversos estados americanos, sempre conseguindo escapar por um triz dos perseguidores.

Os jornais publicam fotos do casal posando armado, celebrando-o como anti-heróis da era da Grande Depressão (1929-1939). Contudo a simpatia popular se esgota quando seus golpes redundam em mortes. A história de amor encontra um fim sangrento em 1934: atraídos a uma armadilha, durante 16 segundos ininterruptos a polícia dispara contra seu automóvel. Bonnie e Clyde morrem perfurados por dezenas de balas, ela aos 23 anos, ele aos 25.

Maria Callas e Aristóteles Onassis: a (auto)destruição de uma diva

Em 1959, a cantora lírica greco-americana Maria Callas estava no auge de sua carreira, e ainda casada com o industrial Giovanni Battista Meneghini, quando encontrou-se com Aristóteles Onassis, igualmente casado, numa glamorosa festa de alta sociedade no iate de luxo do armador grego.

Inicia-se um relacionamento tempestuoso: Onassis a cobre de presentes caros, ela está louca por ele. Ambos se divorciam, Callas quer casar-se, mas o magnata não tem pressa de formalizar a união, que se torna cada vez mais tóxica. Ela só canta quando ele quer, sua obsessão com ele lhe afeta a voz, ela faz fiasco nos palcos.

Enquanto destrói sua carreira artística e se agarra a ele, Onassis se afasta mais e mais. Quando encontra a viúva presidencial Jacqueline Kennedy e se casa com ela, só resta a Callas observar, impotente. Ambos ainda se encontram de tempos em tempos, mas a chama se apagou. A ex-diva morre em 1977 em Paris, de um ataque cardíaco, aos 53 anos.

Gudrun Ensslin e Andreas Baader: até que a morte os separe

Os ativistas de extrema esquerda alemães Gudrun Ensslin e Andreas Baader conheceram-se durante um protesto estudantil em Berlim, em 1967. Ambos integram a "oposição extraparlamentar", um grupo que não se sente representado no Parlamento alemão, o que expressa em atos de sabotagem.

No ano seguinte, ambos cometem seus primeiros crimes: dois atentados contra lojas de departamentos. Juntamente com a militante de esquerda Ulrike Meinhof, fundam o Grupo Baader-Meinhof, sendo responsáveis pelos primeiros ataques terroristas da Facção do Exército Vermelho (RAF, na sigla em alemão), que abalaram a Alemanha na década de 1970.

Capturados em 1972, Baader e Ensslin são submetidos a um longo processo, coberto em detalhe pela imprensa. No tribunal, apresentam-se como amantes, com grande efeito midiático. Em outubro de 1977, ambos são encontrados mortos em suas celas, em circunstâncias não esclarecidas até hoje.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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